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Meu pai corria no motocross e sempre usou moto para se locomover na cidade e, até para viagens longas. Minha mãe também teve motos e sempre acompanhou meu pai nas viagens. Naturalmente a moto não apenas faz parte da minha vida, ela é minha vida.

Quando eu tinha quase 3 anos minha irmã mais velha ganhou sua primeira moto, eu enlouqueci e queria andar na mesma hora. Passaram-se alguns meses, até que eu pude vivência a experiência. 

Aos 5 anos participei da minha primeira corrida de motocross na pista do Beco (atual MX Park), e de lá pra cá foram incontáveis corridas, grandes disputas na época da 80cc - quando fui o quinto lugar no Brasileiro de Motocross. E depois no Arena Cross eu também tive um bom destaque. 

Ainda disputava o Brasileiro de Motocross na categoria mx2 quando resolvi que queria participar do Rally dos Sertões, depois de ir em 2004 assistir a largada em Goiânia. Minha irmã já corria há vários anos, meu pai já tinha participado de várias provas, e eu tinha a curiosidade de saber porque eles gostavam tanto. Então busquei apoio com patrocinadores, com empresas; vendi minha moto de rua e consegui ir me aventurar com uma moto nacional.

Já no prólogo fiz um dos melhores tempos e no primeiro dia fui muito bem também (para a moto que eu tinha), com isso me empolguei. No segundo dia tive um contato imediato com o solo do sertão, levei um dos piores tombos da minha vida, passei alguns dias no hospital e antes mesmo de sair dali eu já sabia que queria voltar para o Rally dos Sertões, mas da próxima vez eu teria que ir mais preparado.

Foram dois anos acompanhando a prova de fora, na equipe de apoio, para que eu pudesse compreender a experiência de 10 dias seguidos de prova. Quando voltei a correr em 2008 eu já tinha a cabeça mais no lugar e muito mais apoio. E a emoção ao completar o Rally dos Sertões foi tão grande que decidi que eu iria fazer isso para sempre.

Continuei treinando e correndo provas de motocross, desde então sou piloto de rally, e já se foram 8 anos disputando o Campeonato Brasileiro de Rally e dos Sertões, 5 títulos nacionais, muitas motos quebradas e o vice-campeonato dos Sertões ano passado, para mostrar a mim mesmo que aprendi. Sou o único piloto a participar de todos os campeonatos todos esses anos, e sou tão louco por moto que se tivesse mais campeonatos eu correria.

Este ano continuo correndo os dois campeonatos de Rally, os brasileiros: Rally Baja e Rally Cross Country, mas meu foco está totalmente voltado para o Rally dos Sertões. Sinto que é minha grande chance de ganhar e vou lutar com todas as forças para isso. Tenho seguido uma rotina de treinos, 5 vezes por semana na academia e dois ou três dias por semana com a moto. Minha equipe Kawasaki Rinaldi está investindo alto na preparação da moto, na Podium Racing, para que não ocorra problemas quando eu chegar no temido deserto do Jalapão.

Agradeço aos meus patrocinadores: Kawasaki, Rinaldi, Alpinestars, Bell Helmets, Fas Gráficos, Stocovich Designs, Red Dragon e aos mecânicos que trabalham e já trabalharam comigo. Agradeço também a minha família que sempre me incentivou, a minha irmã que me mostrou o caminho para o rally, e muito me ensinou desse mundo que era novidade para mim. E aos amigos que torcem e me apoiam sempre.

Minha história com motos começou há muito tempo…Por Ramon Sacilotti
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