Ehrlich Cordão Diretor Geral do Piocerá
Desta vez a nossa conversa é com Ehrlich Cordão idealizador e diretor geral do Maior Rally de Regularidade das Américas - O PIOCERÁ CERAPIÓ que em setembro lança o Livro Comemorativo de 30 anos contando a história vitoriosa do evento.
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Com quase uma década cobrindo evento tenho a oportunidade de vivenciar o dia a dia do povo do norte/nordeste brasileiro. Generosidade, hospitalidade e alegria são marcas registradas dessa gente. E todo ano que retorno por lá e como recarregar as baterias com a simpatia e amizade que nos dispensam. Obrigado meus caros amigos Ehrlich Cordão e Flávia, organização, competidores, equipes, patrocinadores e apoio. Tamo Junto!
AS: Cordão como foi o inicio de tudo?
“Tudo começou em abril de 1987, num bate papo informal entre eu e o cearense Galdino Gabriel. A ideia era criar o Enduro da Integração, no intuito de unir os pilotos dos dois estados pioneiros na prática de enduro de regularidade na região Norte e Nordeste do país. Eu cuidaria do marketing e divulgação e Gabriel da parte técnica. O primeiro levantamento aconteceu no feriado de 7 de setembro de 1987. Esta edição teve a organização e realização minha juntamente com os cearenses Galdino Gabriel e Franz George.
Durante o levantamento do percurso, nós descobrimos uma área de terra em litígio entre Ceará e Piauí e numa conversa com um caboclo da região para saber onde nós estávamos, o mesmo falou que lá era o Cerapió ou Piocerá! Foi então que a prova passou a ser chamada de Cerapió – tradicionalmente, mas não obrigatoriamente, quando sai do Ceará para o Piauí.
A largada de Fortaleza aconteceu nos dias 5, 6 e 7 de dezembro com a participação de 36 duplas dos principais estados brasileiros e com a presença da imprensa especializada, como as revistas Motosport e Duas Rodas. Participaram modelos como a XLX 250 Honda, DT 180 Yamaha e Agrale. Computador de bordo não existia e a navegação era feita por calculadoras adaptadas tipo "RallyControl" e tabelas fixadas nos tanques das motos. Só havia duas categorias: graduado e novato. A tolerância para zerar o PC era de 30 (trinta segundos). Dá para acreditar? Mas foi graças a tanto aprendizado e força de vontade que o Cerapió foi e é, com orgulho, um evento responsável pelo crescimento do enduro em todo o Brasil”.
AS: Cordão como você define Piocerá/Cerapió?
“Um evento nascido pela vontade de se fazer algo de diferente, mas que ao mesmo tempo fosse prazeroso e empolgante, em uma região com poucas oportunidades para a prática de esportes, mas repleta de paisagens que nos fazem parar para admirar as belezas desse Brasil tão desconhecido e conhecer um povo acolhedor, carinhoso, que tem na sua fé a razão para sobreviver em uma região do país lembrada por miséria, pobreza e seca.
Mais do que andar pelas entranhas do nordeste brasileiro, o PioceráCerapió é também uma viagem ao interior de cada um de nós, testando nossos próprios limites, muito mais que os limites das máquinas, é um teste pessoal e indescritível, uma sensação vivida somente por aqueles que já participaram ao longo desses anos de muita poeira, terra e lama.
São três décadas de muita aventura, de muito trabalho, amor e dedicação a uma prova que acontece no nordeste brasileiro e que hoje é considerada pela imprensa especializada, por pilotos e equipes, como uma das maiores prova off road do Brasil!”.
Valeu meu caro amigo Cordão, fico muito feliz por também fazer parte dessa maravilhosa saga.
Vida longa para voce e para o Piocerá/Cerapió.
Angelo Savastano Mte15.621/mg – Savastano Photo Sport
Fotos: Angelo Savastano